segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Literatura, Literatura Marginal e Literacia

Quando refletimos a respeito de não termos leitores ou quando nossa reflexão passa para o abandono escolar, sempre nos vem à mente a idéia que estas perdas estão relacionadas ao fato de que a escola não respeita as diversidades culturais existentes dentro dela, da mesma forma que pretende impor seus valores, via suas metodologias.
A utópica idéia de mudar o mundo, por meio da leitura, não pode ser concretizada se não começar por um número pequeno de participantes, entretanto, seletos, pois estão em formação humana dentro do ciclo da vida. E esse número reduzido de participantes deverá ser incentivado a começar no seu espaço físico alcançável, numa projeção futura para o mundo e, no mínimo com resultados para seu mundo, que conseqüentemente agirá sobre os demais. E assim, sucessivamente, a engrenagem de mudança começar a “andar”. Uma ação comunitária benéfica para todos.
Quando lembramos/definimos “obras marginais” queremos começar pela definição por aquilo que entendemos ser o primordial entre professor e aluno, a saída das formas convencionais aplicadas, digamos marginais às metodologias de ensino desta disciplina, com a utilização do material disponível a partir do aluno. Com esta possibilidade de inserção da Literatura Marginal dentro da sala de aula, podemos começar por formar leitores para podermos ensinar a literatura a partir das obras que nossos alunos gostam de ler, que nos parece a mais justa. Nossos estudos e propostas começam à margem das metodologias existentes, mas que possuem resultados significativos.
Toda e qualquer indicação de leitura deve ter uma atenção redobrada, bem como as inúmeras companhas de desenvolvimento para o hábito da leitura que defendem a idéia de uma inserção por aquilo que julgam os alunos precisarem. Esta responsabilidade de ficarmos atentos vai fazer com que percebamos se algumas destas obras consideradas marginais não estão atendendo a uma demanda social para se estabilizarem comercialmente e excluíndo o que nossos alunos trazem consigo como metódo de aprendizagem.
Analisando o papel do professor de literatura, antigamente tínhamos a idéia de que deveria ser o professor a fornecer indicações de livros, assim como ensinar o percurso da literatura feito pelos escritores ao longo dos tempos. É uma forma de metodologia, bem verdade, mas não é a única e nem deve ser mais a única, porque o uso de tais práticas tem distanciado o aluno das obras literárias e se é uma (des) construção de aprendizagem não combina com E- DUCAÇÃO, porque e-ducação é antes de tudo formar o homem no todo, considerando seu passado, presente e o seu futuro. Afinal, a idéia de ter à frente um professor que repassa conteúdos, com objetivos específicos, atendendo à demanda mercantilista, é um ato consciente, no mínimo, devastador para a formação do aluno enquanto leitor e enquanto SER humano .

Um comentário:

  1. A literatura marginal periférica é uma nova literatura que está conquistando espaço, quebrando preconceitos e formando novos leitores até mesmo nas escolas, muitos professores apresentam a literatura marginal em sala de aula, para estimular o hábito da leitura e posteriormente inserir as obras clássicas no cotidiano escolar “uma vez que em termos de literatura, é praticamente naturalizada na escola a permanência em termos absolutos de uma literatura fixada pela tradição, o denominado cânone” (SOARES, 2008, p. 146).

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