terça-feira, 25 de agosto de 2009

Das Obras Marginais às Obras Literárias




Várias são as críticas apontadas para nossas obras literárias. Partindo do pressuposto de que nada é absoluto e que uma crítica realizada de forma errônea pode afastar para sempre nosso leitor, buscamos entender alguns métodos utilizados por nossos críticos para avaliação das mesmas. Por meio desse entendimento, procuramos apontar alguns aspectos negativos que, de forma, talvez, inconsciente faz com que o crítico literário não trabalhe, em hipótese alguma, com o subjetivo do autor e sim com sua importância à escrita cronológica, dando referência e ressalva ao seu tempo, tornando-se assim marcador de época.
Diante disso, fazem com que a obra seja analisada de forma fria e em geral, calculada, como se todas essas fossem escritas somente para mostrar seu tempo, tornando-se um calendário secular e em nome de uma universalidade classifica o que é bom e ruim.
A partir de Afrânio Coutinho, a crítica literária profissionaliza-se e desde então se fechou em teorias e hermetismo, o que impediria muitos possíveis leitores de serem introduzidos ao universo literário.
Sabemos, e nosso olhar não é ingênuo, que por mais que seja acusada de difícil, hermética e teórica, a crítica literária trouxe-nos excelentes estudos na área da historiografia literária, da sociologia da literatura, da própria crítica literária com sua teoria-crítica, tentando sistematicamente compreender o fenômeno literário particularmente em nossas condições culturais.
Na verdade, o que se esconde por trás dessas construções teóricas-críticas são os valores do crítico, que irão nortear a escolha e importância dada a determinados autores na história da literatura. E esses valores, em certo momento, deixam de seguir uma pura análise para assumir outro papel, uma vez que se profissionaliza, logo se capitaliza, fazendo assim que analisem o que, quiçá, nem leram.
Contudo, bem sabemos que por trás de toda escrita existe “alguma” coisa que pulsa e que por mais que tenha um objetivo calculado, sempre será lido por vários olhos e que cada olhar analisa também com sua subjetividade e com “aquilo” que mais o identifica. Afinal, o objeto da crítica literária é a obra literária e essa somente passa a existir quando interagem, autor, obra e leitor.

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