quinta-feira, 9 de julho de 2009

A MOTIVAÇÃO DE ROBERT HAPPÉ


Ontem conversava, rapidamente, com um aluno, confesso que um tanto especial. Foi ele quem puxou pelo assunto e começamos a conversar. Então, falou-me de Robert Happé, como já tinha lido algumas coisas sobre ele e dele, e também visto o vídeo, conseguimos trocar uma ideia sobre a motivação de Happé.
Happé defende a ideia que o mundo ficou louco, que passamos dos dogmas religiosos para os dogmas económicos e que a humanidade aceita porque não tem para quem reclamar, afinal o sistema criador é majoritário e coloca-nos em um posicionamento de aceitação. E a pergunta que Happé não deixa quieta é a seguinte: Como quero viver a minha vida?
Quando revi o vídeo respondi, rapidamente: quero viver, exactamente, como estou vivendo. Logo, outro questionamento apareceu-me: mas, assim? Bem verdade, algumas coisas nos faltam, sempre faltarão. Parece um “movimento de estagnação”, contraditório na concepção da palavra, todavia tão real na prática.
Deixamos de sorrir quando alguma coisa não nos acontece, esquecemos de estimular o correto se o incorrecto impera. A loucura entre viver e ganhar dinheiro fez com que o amor fosse completamente esquecido. E, a credibilidade no que de maior temos, em nós mesmo, parece ter vivido há seculos. Só que, também, esquecemos que somos capazes! Então, neste jogo de esquecimento, entre o que deixamos de ser e o que podemos ser, tornamo-nos inertes. Preferimos aceitar a mudar.
A onda “estimulativa” que Happé defende está no conceito do que queremos para nós e como conseguimos conduzir tudo isso. O processo dá-se de dentro para fora, no sorriso ondulante, no que acreditamos, na integração com o oposto, no crer em nós e na confiança que ao ser estabelecida torna-se criação.
Interessante como Happé faz-me pensar em muitas coisas, principalmente na educação.
Conheci uma menina que tinha problemas sérios com a matemática, (não é para menos, confesso) e chegou a um ponto que não conseguia mais avançar e lá ficou no final do ano, enquanto todos seus colegas passaram de ano. Entretanto, no ano novo houve troca de professores, logo ela tinha colegas novos e professores novos, inclusive de matemática, um novo ciclo escolar iniciava. O problema permanecia, juntava aqui, além da atenção, algumas desconfianças sobre a idade mental da aluna e alguns especialistas começaram a observa-la. Sem nada constatar, a metade do ano chegava e a nova professora tomou uma atitude inesperada diante da turma. Passou à aluna o cargo de supervisora nas aulas de matemática. Naquela época convidava-se os melhores alunos e eles auxiliavam as professoras em sala de aula; quando os colegas precisavam de alguma explicação e a professora estava ocupada, o supervisor dirigia-se até o colega para auxilia-lo. O espanto foi de imediato, principalmente pela aluna que não havia passado no ano anterior. Então, combinaram as oficinas em horários diferentes para que a menina conseguisse aprender e ajudar aos colegas. Agora, além de ter de aprender, tinha também a responsabilidade do cargo confiado. Com muito trabalho o tempo foi passando, e o que a menina não sabia, ainda, a professora atendia e não deixava que os demais percebessem que ela não estava pronta para ensinar. Todos os dias se reuniam, professora e supervisora para, em uma oficina gratuita, repassar o conteúdo do dia e rever algumas dúvidas. Claro, tornaram-se amigas e a medida que a confiança, o amor, a determinação entre o aprender e o ensinar laçavam aprendizagens para sempre, ela conseguiu passar de ano, resgatou o respeito pessoal e sabendo o conteúdo virou motivação.
Alguns poderiam afirmar que não possuem tempo para o individual, para o atendimento pessoal de cada aluno, talvez esteja aí o segredo, não somente na educação, mas na vida toda.
Happé está certo, quando somos estipulados a fazer as coisas certas e quando temos alguém com um sorriso elevado, não deixando que o sistema atropele, eis a diferença. E, o mais impressionante nisso tudo, é a corrente estabelecida no bem, capaz de transformar tudo que nos rodeia.
Assistam ao vídeo, está disponibilizado aqui no blog.Vale a pena !

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