segunda-feira, 20 de julho de 2009

Educação Pautada na Globalização


Preocupa-me quando escuto pais falando, orgulhosamente, que seus filhos começaram a estudar bem cedo e mais ainda preocupa-me quando ouço que os filhos fazem aulas de natação, inglês, oficinas disso e daquilo. Nada contra o aprender, aliás, a velha frase é bem conhecida: “Só sei que nada sei”.
Foi-se o tempo em que colocar o filho em oficinas era muito mais que ocupar o tempo dele ou desocupar o tempo dos pais com os encargos dos filhos. Bem sabemos as conseqüências que isso pode trazer para o indivíduo que precisa freqüentar a vida estudantil.
O processo deu-se de uma forma desenfreada, com a leveza da desculpa da globalização, temos crianças multidisciplinares, mas que mesmo assim não correspondem as necessidades do mercado.
Temos alunos cansados em sala de aula, porque além de freqüentarem há tempos a escola, onde passam de doze a quinze anos de suas vidas, precisam freqüentar a mesma coisa, as mesmas metodologias, os mesmos dizeres, as mesmas apostilas, sem contar que vivem a fase universitária, as pós e os mestrados e doutorados da mesma forma.
O que mudou dentro da educação em cinqüenta anos? Que mudanças conseguimos fazer para que o quadro estudantil tenha, realmente, uma relevância em nossas vidas? Pois, atrevo-me a dizer que nada! E, uma pergunta ocorre-me: Formamos pessoas para que? Em que formação estamos pautados? Formamos pessoas para ascenderem em suas carreiras, para passarem em vestibulares, em exames, para terem um acúmulo de canudos? Afinal, para que educamos?
Triste, mas verdadeiro, a educação saiu dos trilhos. Formamos para tudo, menos para humanização e até poderiam me dizer que a escola não tem esta função, mas se não a tem, o que tem? Qual a função da educação em nossas vidas? Ensinar conteúdos? Ora, pois, não sejamos ingênuos, ninguém precisa ensinar o que não seja uma dúvida natural, uma real necessidade do que não entendemos, porque nossa necessidade de aprender é biológica, se faz de dentro para fora.
Penso que Robert Lindner sabia o que dizia em 1956: “As nossas escolas transformaram-se em fábricas enormes para a produção de robôs. Nós já não mandamos os nossos filhos para a escola para serem ensinados e para que lhes sejam dadas ferramentas para pensar; nem sequer para serem informados ou adquirirem conhecimentos, mas para serem "socializados" - o que, na semântica actual significa serem submetidos ao sistema e forçados a se conformar”.

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