segunda-feira, 1 de março de 2010

TICs Na Educação e Na Formação de Leitores

TICs na Educação e na Formação de Leitores
Entre o Côncavo e o Convexo

A fusão das palavras tecnologia e pedagogia parece-nos formar uma boa dupla diante do mundo globalizado, ou quiçá, formam tal dupla pelo mundo globalizado. As tecnologias aplicadas nas escolas podem ser uma boa ferramenta de estímulos dentro do aprendizado, bem como um atrativo para os aprendizes, uma vez que o aluno do século XXI passa doze horas do seu dia ligado ao computador e muitas dessas horas conectado.
Segundo estudos realizados*,
“surge na Escola a necessidade de uma nova alfabetização – uma alfabetização informática – que possa desenvolver em todos os alunos competências para a nova forma de comunicar e trabalhar, fundamentais tanto para o prosseguimento de estudos como para uma inserção na vida activa profissional”.
Todavia, paradoxalmente a esta idéia inovadora de formação, temos atualmente um quadro assustador que diz respeito à falta de preparo do corpo docente, da mesma forma que à distribuição informatizada nas escolas e nos lares são escassas. Se pretende-se, como diz a pesquisa, que se forme uma nova competência e habilidade diante da necessidade globalizada do aprender/ensinar, faz-se necessário, também, uma distribuição ampla dessas tecnologias e para além disso o preparo dos profissionais que irão lidar com esta nova tendência.
Em um momento de reflexão, esquecendo-se as diversas críticas associadas aos métodos tecnológicos educacionais e suas responsabilidades docentes, também é necessário que se aponte os aspectos positivos para as facilidades inegáveis, ocasionadas por estas ferramentas tecnológicas.
Como podemos presenciar o acervo literário, seja ele disponibilizado em nível acadêmico ou mesmo dentro das obras literárias postado em diversos níveis, desde bibliotecas digitais, repositórios acadêmicos, blogs informais, acabam por proporcionar ao usuário das tecnologias uma forma de ter acesso, muitas vezes gratuita, a todo acervo disponibilizado. Diante desta disponibilização, podemos agregar a idéia que temos leitores ativos nas diversas áreas e nos diversos níveis.
Para a pesquisadora Maria da Glória Bordini**,
“As reais condições materiais para uma aspirada articulação da obra com o sistema literário e cultural dependem da mobilização de tantas variáveis que só os recursos da informática permitem a construção de um cenário em que texto e extratexto se conjuguem. Quando se busca estudar a literatura brasileira incluindo seus autores, seus textos e seu público, bem como a indústria cultural, as instituições que legitimam o objeto literário e a historicidade de todos esses fatores, a reprodução digital de documentos, os bancos de dados, as bibliotecas virtuais, os tratamentos da imagem, o hipertexto, enfim, as facilidades trazidas pelas novas tecnologias manifestam sua plena potencialidade relacional.”
A velocidade temporal ocasionada pelo percurso do leitor ativo dentro das tecnologias é outro fator a ser considerado. Muitos alunos, pesquisadores, escritores e leitores encontram-se nesse espaço comum, ao mesmo tempo e com uma forte tendência a fixarem-se nesta cronologia. Porque se por um lado temos as negativas que cercam esta tendência, por outro lado temos este aspecto cômodo de estarmos em diversos níveis e lugares ao mesmo tempo. Tudo parece-nos fazer parte da globalização.
Analisando por este ângulo, tudo parece-nos correr bem. As tecnologias são uma tendência inegável. Sobretudo, a idéia de liberdade ocasionada pelas tecnologias retratam um reforçamento ao conhecimento, as pesquisas que acabam por escravizar o tempo, o convívio, da mesma forma que nos dão outro tipo de aproximação.
Entre o côncavo e o convexo, na tentativa de ampliar o acesso ao livro e incentivar a formação de leitores, a Internet é reconhecida e validada como "aliada". Vale lembrar que nada vai trocar o prazer de ter o livro, de sentir o livro, de levá-lo como companheiro de viagem de uma forma concreta. Da mesma forma que não devemos e não podemos cair na armadilha de opor a Internet ao livro. Mas, inegavelmente, a Internet leva o jovem ao universo da leitura e da escrita. Vale ressaltar que a leitura e a escrita que estamos a falar não estão em questão, até porque bem sabemos que as palavras são medidas não pelas suas formas, entretanto pelo seu peso. Logo, a parte gramatical escrita e associada para este entendimento já concentra-se na interpretação e codificação da “Internetês”.
O estímulo a leitura de qualidade é importante, todavia é fundamental que se crie o hábito da leitura, via formação de leitores e nada mais justo que se alie a esta formação aquilo que o jovem destaca como ser importante para o seu mundo.
A forma vista, ainda marginalizada, pelo acesso ao livro via Internet, tem causado muitas polêmicas, entre elas as financeiras editoriais, que ainda tentam publicar seus livros de uma forma paga. Talvez, esta nova tecnologia não coloque no lugar certo os diversos anos que os leitores deixaram de ler por não terem acesso aos livros devido aos seus custos. E nessa luta entre ser leitor e ter o livro, muitas oportunidades se abrem e vão moldando os padrões de leituras, via as tecnologias.
É notório que a formação de leitores não está vinculada ao uso da Internet e nunca se desejou tal projeto, como bem afirma Maria Lajolo***,
“(…) apesar de ser algo bem discutido atualmente e ter validação, a formação dos leitores não é função da internet. Sendo necessário investir em educação, o que requer professores bem formados e bem remunerados”.

*http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/marta/marta/PDF/TIC%20e%20a%20Escola.pdf
**http://www.textodigital.ufsc.br/ ***http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/434.htm

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