"Escrever é traduzir, mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua.
Transportamos o que vemos e o que sentimos para um código convencional de signos, a escrita e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação a responsabilidade de fazer chegar à inteligência do leitor, não tanto a integridade da experiência que nos propusemos transmitir, mas um sombra ao menos, do que no fundo do nosso espírito sabemos bem ser intraduzível, por exemplo, o deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugas de silêncio anterior à palavra que vai ficar na memória como o rasto de um sonho que o tempo não apagará por completo". José Saramago.
Quiçá, "às circunstâncias e aos acasos da comunicação" possam ser entendidos como aqueles momentos únicos, vividos em sala de aula, nos quais o professor é o caminho, não atravessador, mas verdadeiramente educador.
Da mesma forma que podem ser entendidos pela oportunidade perdida de não conseguir chegar "à inteligência do leitor".
Da mesma forma que podem ser entendidos pela oportunidade perdida de não conseguir chegar "à inteligência do leitor".
O estímulo à leitura precisa partir do entendimento que todos são leitores e estimular nem sempre significa aumentar a leitura, mas sim considerar as leituras que nosso aluno já utiliza e a partir delas encorajar que se crie um campo de leitura maior.
Imaginamos que nesse caminho, como dizia o próprio Saramago, não chegaremos a essência entendida da escrita que se quer transmitir, mas um novo campo se cria, um novo espaço dialético se forma e faz coexistir ambas linguagens, sonhos, imaginação, intenção de autor e leitor.
Oi Gislaine,
ResponderExcluirAdorei conhecer o seu Blog e cheguei a ele através de José Saramago.
Estou lendo Viagem a Portugal dele e estou encantada.
Bjs!
Fatima